A bolha rebentou mesmo, Ainda a esse respeito, posso contar-vos que tive uma conversa com um expert nestes assuntos da consultora Mckenzie, que opera na gestão de bens do mercado de luxo, que disse saber que com a rara excepção do Evans e do seu Testarossa, que nunca tinham chegado aos nomes dos supostos "particulares" que compravam os GTO a 50 milhões de euros, e que esses "SOLD!", mais não eram do que negócios cruzados entre as próprias leiloeiras/gestoras de fortunas, que eram verdadeiramente as donas desses carros no seu portefólio de bens, e que bem assim inflacionavam o preço entre umas e outras para que houvesse algum "pato" milionário que mordesse o isco, e no futuro lhes comprasse os bens/carros a esses preços estratosféricos... Ninguém que seja verdadeiramente um entusiasta e amante desta marca pode pactuar com o comportamento deplorável e mercenário das leiloeiras. Mesmo aqueles que acham graça e comentam num qualquer fórum "...ahhh e tal a minha Ferrari é a marca que vendeu o carro mais caro do mundo...", esquecem-se que ao apoiarem quem procede dessa forma, estão a dar um tiro na cabeça quanto ao sonho de um dia poupar algum e vir a ter um Ferrari. Porque se hoje uma pessoa diz "vou poupar 10 ou 15 ou seja lá quantos anos for, porque tenho o sonho de comprar um 355/360/testarossa/348 e tenho um orçamento de poupança de 5 dezenas de milhar de euros", ao apoiarem estes otários das leiloeiras podem tirar o cavalinho da chuva que o dia que chegarem via poupança ao tal orçamento, vão ver que o vosso carro de sonho não vai custar esse preço, mas sim 10 ou 20 vezes mais. O mesmo é válido para quem já tem um Ferrari. Quem não tem um Ferrari vem a este fórum tendo o desejo de um dia seja lá quando ele chegar, vir a ter um. Quem já tem um Ferrari, tem o desejo de ter mais um, ou até fazer um upgrade para um modelo que deseje mais. A verdade é que mesmo para quem já tenha um, com o escalar de preços que estava a ser inflacionado pelas leiloeiras, dificilmente iria chegar no futuro a um outro patamar de carro. Foi feita justiça, e foi um monumental estoiro neste tipo e noutros da espécie dele. Ele agora que de em vez de andar a brincar às "obras de arte" da Ferrari, que vá inflacionar os Monets, e Degas, e Picassos deste mundo, ouvi dizer que o último Picasso rendeu uns cobres interessantes. Porque isso sim são "obras de arte", porque uma obra de arte é algo que foi criado com o objectivo primário de ser catalogado como arte, numa parede, ou num pedestral sobre uma escultura... Um Ferrari foi inicialmente criado com o propósito de vencer corridas, e pouco importa se tinha 2 mil kilómetros, ou 2 milhões de kilómetros, o propósito inicial pelo qual foi criado foi ser usado e vencer corridas, não é para ser afixado nas paredes e ser uma "obra de arte". Para isso, existem outras marcas... http://www.gtspirit.com/wp-content/uploads/2013/02/Untitled-5.jpg
Pessoalmente fiquei contente que o 250 SWB California não tenha sido vendido. Por duas vezes o tive negociado e á ultima da hora o dono recusou vender, pois pensava que valia muito mais que o que estava na mesa. Pode ser que á terceira seja de vez... Quanto ao 250 SWB Competizione, o facto de não ter sido vendido no leilão não significa que não seja vendido por muito mais em off-market. Há muitos carros a serem negociados em off-market por valores bem acima dos valores que surjem nos leilões.
resta esperar mais uma semana para se saberem os post sales. mas concordo com o Pedro233. espero só pelos leilões de pebble, se a tendência se mantiver...
Eu sou dos que sempre sustentou ser virulenta e violentamente contra as leiloeiras. Acredito piamente serem talvez o inimigo número 1 do verdadeiro entusiasta Ferrari, por todas as razões e mais alguma, que se me fosse alongar a respeito desta matéria, iria provavelmente atingir o limite de caracteres disponíveis para postagem. Contra factos não existem, efectivamente, muitos argumentos. Os carros presentes nestas leiloeiras são, não infrequentes vezes, "aberrações". Isto é: veículos de tal forma "aliens" e em condições tão díspares da realidade, que não será possível nunca retirar uma ilação válida para a realidade do mercado Ferrari. São um pequeno mundinho estanque, com pouco ou nenhum eco na realidade: quer seja pela raridade, quer seja pelos kilometros que apresentam, quer seja pelos mais diversos motivos que se possa imaginar. Os valores atingidos em leilão só poderiam conhecer um caminho: para baixo. Tive há um par de semanas uma conversa muito interessante e recompensadora com um entusiasta que muito considero e estimo, o Darius (que costuma pairar pelo cantinho dos V12 na secção anglófona do fórum sob o nickname "TheMaven"). Comentámos que, se o caminho das leiloeiras se mantivesse, então no absurdo, daqui por uns tempos teriamos um F12 com 3 ou 4 anos mais caro do que um F12 novo. A bolha das leiloeiras parece realmente ter rebentado. Não uma completa surpresa, tendo em conta os comportamentos autístas e maníacos que mais me lembram o regabofe que reinava nos Estados Unidos antes da crise do subprime. No entanto, num sentido mais lato da discussão, sou partidário da não existência de uma bolha, a menos que o Comendador Enzo Ferrari ressuscite dos mortos e comece a fabricar carros de novo. Os Ferrari, quanto a mim, estão a valorizar e devem-se valorizar sim: a incerteza reina na Europa (e mesmo fora dela - a nível político, bélico, cultural e social), as remunerações de investimentos financeiros andam pelas ruas da amargura (se não mesmo já pelo fundo do poço), commodities não se revestem nem de metade da atractividade que detinham antes de 2008, a deflação é uma realidade e outros investimentos que outrora renderam dividendos na casa dos 7 dígitos, hoje rendem 5 com muito esforço, talento e "cabeça", como foi o caso do mercado imobiliário. A carga fiscal é abissal e as taxas a pagar sobre os lucros (nem precisamos falar de mais-valias bolsistas) são colossais, roçando a pilhagem e o saque aos pequenos investidores. Obter lucro na venda de um automóvel usado ainda não é alvo de ataque por parte dos governantes (até quando, permanecerá uma incógnita). Além do supra exposto, existe uma tremenda insegurança derivada da ascenção no seio do grupo Ferrari do Sr. Sergio Marchionne, cujas ideias muitos consideram (eu à cabeça) ser frontalmente contra a filosofia que fez nascer e marca e implementar-se como A marca de luxo do mundo tal qual o conhecemos. A tremenda valorização dos Ferrari, umas vezes mais sustentadas do que outras, coincidiu quase perfeitamente com a ascensão do Sr. Marchionne (últimos 12 meses). Como tudo na vida, é importante não cair em exageros e saber distinguir valorizações de especulações. Distinguir também evolução do mercado com manipulação do mercado. Aceito e saúdo que um 355 "mainstream" e "real" (ou seja, não uma versão Challenge com 1.000km desde novo) se valorize, por exemplo, 3 ou 4% ao ano particularmente num cenário deflacionário. Isto, acredito eu, é a realidade motivada por alguns dos argumentos que apresentei acima. Outra bem diferente, que não só não aceito mas que filosoficamente combato, é a de que um Ferrari, seja ele qual for desde 1947, no mínimo duplique de valor num espaço de 12 meses ou menos. E depois há ainda que pesar a realidade nacional: muitos proprietários (especialmente comerciantes profissionais do ramo), entusiasmados e embriagados por estas pseudo-realidades das leiloeiras e valorizações estratosféricas no estrangeiro, aplicam a mesma lógica ao preço de venda das suas viaturas. O resultado está à vista de todos: dezenas de Ferrari a andarem escorraçados ao pontapé de concessionário para concessionário, revisões zero e largos anos para vender uma viatura, até que apareça um comprador prospectivo com mais capital do que conhecimento, que ainda assim logra adquirir a viatura por apenas uma fracção do preço originalmente pedido. E não me refiro apenas a viaturas ainda da era Enzo, como os 208 Turbo por exemplo, muito em voga ultimamente: pessoalmente, em circunstância alguma, pagaria quase 80.000 por um 360 Modena manual, nem praticamente 150.000 por um F430 Spider, como frequentemente desfilam pelo Standvirtual. Não tem nada a ver com a velha conversa do "se posso ou se não posso" fazê-lo: revolta-me na mesma dimensão e pelo mesmo motivo que me revolta parar numa área de serviço numa auto-estrada e pagar quase 15 por um sandes, um café e uma garrafa de água natural sem gás, ou deixar o carro no estacionamento subterrâneo do Largo Camões em Lisboa, ir jantar e quando regresso, pagar 20 de estacionamento: não aprecio particularmente ser roubado. Eu continuarei com os meus Ferrari pelo prazer que me dão e, confesso, não em menor medida, porque sinto que o meu capital (mesmo com IPOs, IUCs, revisões e peças) está mais salvaguardado e diversificado do que em qualquer banco. "Investir" parte do capital pessoal do meu portfolio para "brincar" um pouco nos carros é atractivo até prova em contrário, isto é, até que o panorama nacional e internacional mude significativamente, coisa que não vejo estar sequer perto de acontecer. O que expresso é uma opinião meramente pessoal mas sei que existem outros proprietários que alinham pelo mesmo diapasão o que, penso eu, leva ao aparecimento das valorizações sustentadas dos Ferrari, não às alarvidades das leiloeiras. Um grande abraço e votos de bom início de semana, Nuno.
Nuno, o feedback que venho a ter dos colecionadores e dos profissionais do mercado é que muitos colecionadores não gostam de comprar carros nos leilões. Por um lado as comissões elevadissimas que pagam e por outro todos ficam a saber quanto é que eles pagam pelos carros, o que na maioria das vezes não lhes interessa nada. E podem acreditar que em off-market se negocia carros por valores bem acima dos valores dos leilões.
Mário, Concordo inteiramente e desde já obrigado por teres partilhado a tua experiência e a tua sensibidade profissional em relação a este assunto! Também acredito que o "segredo" do negócio sejam as vendas particulares, esse sim um meio bastante restrito e cujo acesso à informação é deveras limitado. Aí sim mais do que nunca, conhecimento e informação são poder! Relativamente aos meus carros, sem divulgar valores de aquisição, posso afiançar que com excepção do Mondial em que paguei o preço "de tabela" por não ter conseguido encontrar argumentos de monta para fazer baixar o valor do negócio (o carro estava e está impecável, Viauto desde novo, original desde o motor até às lâmpadas da caixa de ferramentas, todos os manuais e certificado Ferrari Classiche), acabei por adquiri-los por um preço significativamente diferente (leia-se: inferior) do inicialmente anunciado pelo proprietário. Apesar de não ser, nunca ter sido e nunca vir a ser um profissional do ramo automóvel, sempre me fez alguma confusão e sempre julguei ser tremendamente inconveniente para um profissional adquirir uma viatura em leilão. A partir desse momento, o público em geral fica conhecedor dos valores e detalhes da transacção. Fica bastante facilitada a margem de negociação para um futuro cliente, uma vez que este fica conhecedor das margens propostas e praticadas pelo comerciante. Ainda em relação às bolhas do mercado: as viaturas "alien" a que me referia no meu último comentário parecem sem dúvida estar a conhecer o limite da especulação e, à medida que o tempo passa e se aproximam da realidade, o preço e procura começam a entrar numa trajectória descendente. Os carros "reais" têm várias dezenas de milhar de kilometros (se não mesmo mais), têm uma ou outra imperfeição (uma lasca em falta na tinta, um risco mínimo numa jante), itens de desgaste decorrentes do normal (e salutar!) uso do carro na via pública, e esses sim conhecem uma apreciação calma, sustentada e fundamentada, a antítese de uma bolha. Não acredito que devido a uns "aliens" (como um SWB), os carros reais também "estourem" em termos de valorização e vice-versa. São todos Ferrari, mas cada um embuído de uma realidade muito própria e muito raramente comparável. A este propósito, um colega proprietário nosso ressuscitou um tópico muito interessante, cujo título é amplamente claro: http://www.ferrarichat.com/forum/ferrari-discussion-not-model-specific-sponsored-algar-ferrari/51185-if-youre-considering-older-ferrari-youd-better-buy-now.html O tópico foi criado há já 10 anos e mantem-se inteiramente actual hoje, à vírgula. O que acredito ir de encontro à minha opinião pessoal: os carros "reais" não estão em bolha. Os restantes sim, mas esforço-me ao máximo para não dar ouvidos nem ecoar as práticas das leiloeiras, movidas por todo o tipo de interesse menos o que conta: a essência que é apreciar estes exóticos automóveis italianos desportivos de alta performance. Um Picasso será sempre um Picasso: terá sempre um valor intrínseco incrível e só perderá valor e regredirá em termos de desejo dos investidores se o próprio Pablo se erguer da campa. O caminho é continuar ao longo dos anos um caminho lento e estável de valorização. Se não o fizer, é porque alguém se serviu da obra para especular em interesse próprio, o que nada tem a ver com a obra em si. Uma coisa é o valor da obra, outra bem diferente são as histórias que terceiros constroem. Como só se pode enganar toda a gente uma parte do tempo, ou uma parte da gente todo o tempo, a bolha estoura e o valor volta a aproximar-se do real, seguindo a valorização que sempre deveria ter seguido, não fossem as barbaridades da especulação. Quando a bolha estoura, não é que o bem tenha perdido valor, ele permanece valioso e em apreciação: o que acabou foram as práticas especulativas. Quando se desliga o objecto da sua forma e/ou da sua essência, começam as valorizações absurdas, levadas a cabo por quem tem muito (tudo) a ganhar com isso. O ganho é hiperbolizado e artificial. Quando a bolha estoura, estamos também no domínio da perda virtual, porque o bem para começar, nunca valeu o que disseram aos quatro cantos que valia. A perda apenas será real para quem se tenha deixado levar pela euforia. Um forte abraço.
Acredito que o mercado tenha estabilizado, mas a história repete-se e basta mais uma série de noticias sobre o fim da era automóvel como a conhecemos e voltamos a assistir a especulação desmedida. Os sr's das leiloeiras apenas fazem o seu trabalho, acredito que se fossem vocês não iam oferecer os carros. Consigo ver razão em ambos os pontos lados.
Mas também dobrar o valor de um carro só porque tem 300km e não 30 000 não me parece fazer muito sentido O facto de o carro ter poucos kms pode ter mais inconvenientes que virtudes Ao fim de 20 anos parado, o carro tem de levar imensa coisa nova, aquilo que teria de ter levado se rolasse normalmente e provavelmente mais coisas O motor se tiver algum defeito de fábrica não é perceptível porque o carro nunca andou, deixando as despesas para o próximo comprador, quando a garantia serviria para estes casos/falhas
A nova maquina em acção: https://youtu.be/cuJaUcpHWzg Perdeu-se um pouco em som e capacidade instantânea de resposta, mas ganhou-se em power, eficiência e consumos.
E uma review muito diferente ao antigo Speciale por um conterrâneo brasileiro: https://youtu.be/m-y3mh5buoA Ressalvo a parte final do video onde o brazucas diz "...a Ferrari não precisa de construir o carro mais rápido...apenas aquele que mais te emociona"
Gostei imenso do video, tentou ser o mais racional possível e ate estou de acordo com as comparações feitas.
0 E que tal esta comparação entre o 911 996 e o Modena manual? https://www.youtube.com/watch?v=72-zmHDkU40 Aconselho todos a verem este vídeo e a caírem para o chão a rir... Frases míticas como "...o Porsche é fantástico...é como um canivete suíço...quer fazer tudo bem..mas acaba por não fazer porra nenhuma..." Sério vejam este vídeo e caiam para o chão a rir...estes brazucas...
Hoje recebi uma informação no minimo surreal. Um F40 de 1991 novinho em folha, ainda com os plasticos de fabrica. Nunca foi registado e só tem os kms de entrega (147) Parece que acabou de sair da fabrica. Impressionante...
...meanwhile, in the other side of the Earth: Image Unavailable, Please Login Image Unavailable, Please Login
Digamos que cerca do dobro pedido por um nos leilões Mas é um carro unico, logo com um preço tambem unico. Para terem uma ideia tem um preço identico ao Ferrari Sergio e ao McLaren P1 GTR street legal que estou tambem a vender.
Mário, Um F40 nessas condições é obra. Dificilmente haverá um exemplar mais imaculado no mundo inteiro. Não haverá lugar mais seguro para investir/salvaguardar capital do que nesse F40! Essa é uma das situações que me leva a crer que o número de Ferraris actualmente em circulação deverá ser, no mínimo, entre 10 a 20% inferiores à quantidade total de unidades produzidas (número tanto maior quanto mais elevado fôr a idade do modelo em análise). Outras situações: https://www.youtube.com/watch?v=QkR7VgLti_c https://www.youtube.com/watch?v=1pgm8I0B8bY Um abraço!
